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Após 300 anos, mais uma vez eles tentaram dissipar qualquer iniciativa da população afro-descendente. Com o fim da escravidão, o que nos restou foi um passaporte para a marginalidade, para os guetos e para a desigualdade social.

Mas e hoje como essa situação pode ser descrita?

Não estamos mais divididos em clãs rivais, informação é o que não nos falta e nem todos nós estão mais no gueto. Representamos mais de 50% da população brasileira, nossa classe média é significativa o bastante para atrair a atenção de publicitários e empresários. As faculdades estão abrindo as portas para nós e estamos tendo mais espaço para reflexão como esse aqui. Mas então o porque que a tão sonhada liberdade ainda não chegou?

A alienação é a resposta. Infelizmente nem todos nos demos conta da importância em conhecer a nossa história, os nossos direitos, os nossos deveres e o que nós ainda podemos conseguir.

É necessário brigar para que em nossas escolas se cumpram as leis que garantem o ensino da história africana e afro-brasileira, brigar para que no seu emprego se respeite o feriado do 20 de novembro, para que se vermos uma propaganda ou atitude que nos ofende, denunciar e se for o caso ir para um meio de comunicação fazer valer a nossa voz.

Mas ainda hoje 117 anos, nós ainda temos que lutar por pequenas coisas, ainda temos que ficar justificando para todo mundo o porque do jogador argentino ter sido preso ao chamar Grafite, titular do São Paulo de macaco e de negro.


Não que a ofensa tenha sido pequena, mas nós não deveríamos mais nos justificar, foi racismo e pronto.

Assistindo a programas humorísticos na televisão, ou observando conversas nas ruas podemos perceber a indignação das pessoas preocupadas pois "não se pode mais dizer que fulano é preto". E nós sabemos bem que a questão não foi ele dizer, que o outro era azul, roxo, verde ou amarelo, mas sim a forma como ele disse. O jogador Grafite é negro independente das agressões do argentino, então não foi a palavra negro que ofendeu e sim a forma como ela foi dita e a comparação com um macaco.