Poucos
dias depois a televisão e os jornais mostraram
os cartazes argentinos com desenhos de um macaco vestido
com a camisa do São Paulo e dizeres agressivos
ao jogador e isso acabou com qualquer dúvida
que ainda pairava na cabeça dos brasileiros que
se questionavam sobre a gravidade real da situação.
Eu
não conheço a população
Argentina e não sei a maneira com que eles lidam
com seus cidadãos não brancos, sejam eles
negros, índios, asiáticos e etc. Mas eu
conheço e bem a população brasileira
e o que mais me indigna é que nesse momento,
ainda haja esse tipo de discussão sobre se a
atitude foi racista ou não e muitas vezes no
meio dos próprios negros.
Se
ainda hoje estamos nos questionando sobre o que havia
por trás das palavras, é porque no nosso
dia-a-dia estamos deixando situações como
essa passarem desapercebidas.
Seja
no caixa do supermercado, na fila do banco, em nossos
trabalhos, escolas e etc.
E
isso não pode mais acontecer é fruto da
alienação, que nos é colocada sem
que percebamos e que nos faz achar que algo assim é
cultural e que não exige uma atitude.
Já
temos maturidade o suficiente como cidadãos para
saber quando uma atitude, termo ou qualquer outra coisa
é racista e quando não é.
Já
tivemos lições, palestras, instruções,
discussões, suficientes para saber quando e onde
precisamos brigar, a globalização nos
trouxe isso de positivo, mas se ainda hoje precisamos
nos justificar e acabamos ganhando o papel de vilão
em histórias assim é porque,falta muito
para a tão sonhada liberdade abrir suas asas
sobre nós.
É hora de abrirmos nossos olhos e despertarmos
os sentidos, para não sermos vistos como Dom
Quixote que ainda está lutando contra moinhos
de vento. |