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Temos também as iniciativas dos cursos pré-vestibulares como o do núcleo de consciência negra da USP e o do Educafro. Todos esses programas que através da educação abrem à população afro, portas que antes estavam travadas.

20 de novembro x 13 de maio

Tive oportunidade de presenciar a entrega de uma das cópias da Lei Áurea, lavrada pela Princesa Isabel a Afrobras. O documento que foi doado pela Associação Brasileira de Belas Artes foi restaurado a sua condição original por Estela Malfade, sobrinha neta da pintora Anita malfade. A entrega feita no dia 20 de novembro causou grande comoção em todos os presentes.

Mesmo com o valor significativo da Lei que aboliu a escravidão no Brasil, porque a população afro-descendente não a considera como marco da consciência negra e sim o dia 20 de novembro? Mais uma vez o contexto histórico é imprescindível para entender essa questão.

Ao assinar a Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel conseguiu livrar o país de uma situação insustentável que já causava inúmeros problemas. A escravidão além de não ser mais aceita pelas potências dominantes na época, já tinha demonstrado ser uma canoa furada, tanto para os proprietários, quanto para a nação. A mão de obra européia que chegava através dos imigrantes era muito mais vantajosa e dava menos despesas com alimentação, moradia e etc.

Por outro lado, a pressão por parte dos líderes abolicionistas era imensa e as Leis para amenizar o fervor da luta contra abolição como a Lei Eusébio de Queirós ou a Lei do Ventre Livre, já não mais serviam como paliativos.

Assim o negro saiu das senzalas diretamente para os porões dos cortiços, favelas e periferias das cidades. Sem nada nas mãos e sem se lembrar do que era ser livre.

Por outro lado termos a data que marca o início de uma nova era. O 20 de novembro data em que foi morto zumbi líder do maior quilombo da história brasileira, foi escolhido na década de 70 para ilustrar a luta de um povo, através da figura de um homem.