Webmail
1 usuários online
compartilhe


Um povo que foi trazido acorrentado em meio à sujeita e a morte nos porões dos navios negreiros. Que foi separado de sua terra e de seus irmãos e misturados cruelmente a inimigos. Que foi tratado como animal com todos os direitos cerceados, principalmente o direito a liberdade. Que mesmo tendo sua fé sufocada conseguiu cultuar seus deuses e valorizar seus ancestrais. Que lutou pela liberdade ao se embrenhar nas matas fechadas e se unir a outros cativos da falta de oportunidade. E que anos mais tarde, mesmo vivendo as margens da sociedade ainda consegue sorrir e mostrar seu valor.

Hoje graças às batalhas daqueles que foram imortalizados através da figura de Zumbi podemos cantar, sambar e porque não curtirmos o nosso feriado celebrando a nossa liberdade. Afinal temos muito que comemorar.

Celebremos a criação das agências de moda especializadas no público negro, o aumento no número de atores negros nas novelas, o crescimento dos grandes investimentos no mercado afro-étnico, a criação da Secretaria da Igualdade racial, as políticas afirmativas, a existência de uma classe média negra com mais de 5 milhões de pessoas e tantas outras vitórias que muitas vezes deixamos de falar.

É claro que ainda temos muito que lutar, como nossas mulheres que ainda são vistas como objetos sexuais, nossas crianças que ainda são privadas de ensino de qualidade ao ocuparem as cadeiras nas deficientes escolas públicas, pelos nossos jovens que têm dificuldade para ingressar no mercado de trabalho, pelos nossos idosos que vivem na penúria com aposentadorias ridículas mesmo após anos e anos de trabalho árduo.

Mas felizmente a luta hoje não é mais pela liberdade, essa já foi conquistada arduamente pelos nossos antepassados. A luta é para ocuparmos um espaço que é nosso por direito, sem superioridade, mas com igualdade e dignidade. As portas já foram abertas é só empurrarmos e entrar.


Valeu Zumbi!