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A narrativa pode ser confirmada por muitos dos freqüentadores do samba e que foram não só testemunhas, mas também vítimas da agressão policial.


Segundo Daniele Cristina, viaturas policiais e carros da guarda civil metropolitana, estacionaram os carros em frente ao quiosque e seguiram em direção as pessoas, munidas de cassetete e bombas de efeito moral. "Eles fizeram muito barulho, corriam atrás das pessoas na praia e no calçadão, queriam evacuar o quiosque e batiam em qualquer um que arriscasse passar por ali." Daniele afirma ainda que, os policiais montaram ainda um paredão humano entre os postos 36 e 34, na tentativa de intimidar e dispersar a população.


Para Alexandre, a questão racial imperou e muito nas atitudes da polícia. "O samba próximo ao quiosque 36 é um lugar com boa fama. Muito negro reunido e nenhuma confusão incomoda muita gente."


Daniele compartilha do mesmo sentimento de indignação ao dizer que ao passar em frente a outro ponto de encontro, desta vez freqüentado em sua maioria por brancos, não havia nem um tipo de manifestação policial. "Isso me deixou extremamente chateada pois eram 5h da manhã e o calçadão estava lotado, enquanto no pagode não eram nem 2h e os policiais gritavam dizendo que não era mais hora de se estar na rua".

Passado o tumulto e a agressão o que sobrou na mente de todos que estavam no 36 foi à indignação. Todos procuram um porque, uma razão. O que a polícia procurava ou não no dia 02 de janeiro, no quiosque da praia grande, não temos como saber, o que podemos afirmar claramente é que crianças, mulheres grávidas, idosos, enfim seres humanos, foram agredidos e humilhados por alguns que se valeram de sua autoridade.