Érika:
E como você obteve as informações de mercados
da área onde você trabalha? Você pesquisou
ou você teve apenas uma parceria com o Consulado?
Zezão:
Em função da programação?
Érika:
Isso?
Zezão:
Em função da programação, o carro
chefe era o samba. O black estava em alta, mas em outros lugares
como Vila Madalena, Brooklin e etc. Pensei em fazer um samba
de domingo à tarde, pois não tinha lugar. No
intervalo tinha axé, black, forro e de tudo um pouco.
Então começamos na parte de cima do Consulado,
mas estava muito cheio. Fui até o Consulado, conversei
com o Mauro, que foi um grande parceiro, a pessoa que mais
apoio. Combinamos em abrir a parte de baixo, mas isso requer
mais funcionários, segurança. Na parte de baixo,
rolava somente clips e começamos a passar só
telão. Só que o negocio foi bombando, e acabamos
mudando. Vamos trazer o Dj de cima para baixo, que é
o Rogério Puff e vamos deixar o samba lá e no
intervalo axé. Com a autorização, começamos
a focar mais no black, o pessoal gostou e o telão ficava
mudo e o DJ lá tocando black.
Então
o Fernando Ébano, pediu para tocar na casa, falei que
não tinha condições de pagar e ele falou
que assim que as coisas fossem bem conversaríamos.
Então em cima ficou o samba, e no intervalo de axé,
em baixo black e num determinado tempo o Fernando Ébano
entrava com o catado dele, foi rolando ate o Fernando evolui
e formou o Fernando Ébano Sala de Musica. A casa cada
vez mais cheia senti a necessidade de abrir mais um espaço,
onde na parte de cima começamos a passar só
clips, mas não dava para colocar o som pois afetava
o ambiente em baixo. Cada vez mais cheia, tenho que pensar
em alguma coisa. Pensei em colocar um samba-rock, porque eu
não tenho.
Parece
coisa do destino, enquanto pensava como fazer, pelo fato de
não ter aparelhagem. Encontrei o Marcão, do
MP Brasil, que me disso que estava com um pessoal legal que
dava suporte para o Clube do Balanço, onde falei que
queria fazer um samba-rock. Como não tínhamos
dinheiro, ele começou a tocar na faixa, pois ainda
era um projeto e se rolasse continuaríamos.